terça-feira, 24 de novembro de 2009

“Nosso pecado alheio de cada dia”

Por: Wesley Jr.

“Nosso pecado alheio de cada dia”

Ao ler esse título de relance seu cérebro teve uma percepção cognitiva imediatamente contraditória ao raciocínio apresentado, fazendo com que tivesse um pensamento ou reação quase instintiva parecida com isso: Hein ??? !!!! Como???!!!!!!
Assim como esse título em seu sentido literal é de todo incoerente, também é o fato de ouvir uma pessoa criticando, difamando e até julgando outro ser humano, subentendendo-se como não praticamente do pecado ao qual critica, dessa feita melhor que aquele que o cometeu .

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” Rom 3:23

Será que essa verdade bíblica absoluta está correlacionada a um contexto que implica na interpretação de que esse “todos” se refere apenas a aqueles que cometem “pecadões” hediondos, excluindo-se assim ao que pratica pequeninos deslizes aqui e ali? Se a resposta é com certeza não, então por que ainda ouvimos tantos irmãos, tantos “amigos” referindo-se ao seu semelhante de forma tão cruel, irônica, danosa e cheia de “veneno”, quando este é descoberto em um desses ditos “pecadões” da nossa sociedade cristã?

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia.” Mat. 23:27

Mais de dois mil anos após tais duras palavras santas serem proferidas, nós que nos consideramos detentores de alto conhecimento bíblico e cultural, ainda incorremos na mesma “imundícia” a que esse texto menciona.
O fazer uso de maledicência parece estar tão arraigado ao ser social cristão, quanto um vício tóxico, que dá ao maledicente um êxtase de prazer ao difamar a vida de outrem. Talvez o efeito do fazer uso da maledicência seja entorpecer o próprio pecado ao qual critica. Independente das razões tal prática, assim como ocorre de forma literal com o toxicômano, fatalmente o levará a morte, a pior das mortes, morte espiritual, morte eterna.
Quanto tempo mais demoraremos para aprender de uma vez por todas a lição de Lucas 18:9a14?

“E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: O Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: O Deus, tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.”

Quanto mais tempo demorarmos a aprender essa lição, mais tempo ficaremos presos a esse mundo, retardando assim a volta de Jesus, pois não se engane, cada um daqueles que bate no peito e declara a si mesmo como autor de atos inculpáveis, ostentando um cristianismo farisaico e soberbo, pois não rouba, mata, adultera ou comete qualquer outro desses ditos “pecadões”, mas usa sua língua e orgulho para proferir maledicências contra seu semelhante, de igual modo é culpado, tanto quanto aquele que não se humilha aos pés de Jesus e suplica por seu perdão e misericórdia. E Como pedir perdão se vemos e falamos apenas de pecados nos outros?

“Por que é que você vê o cisco que está no olho do seu irmão e não repara na trave de madeira que está no seu próprio olho?” Mateus 7:3

Esse “nosso pecado alheio de cada dia” é tão cruel quanto um roubo, pois através das palavras tira cada vez mais a dignidade daquele a quem se critica, traí muitas vezes a um irmão ou amigo que a pouco fazia parte das fileiras de Deus e agora é considerado como o mais subversivo dos seres por ter cometido tal pecado e pior muitas vezes fere chegando a matar a alma daquele que já em pecado quer ouvir uma palavra de alento e perdão.
“Nosso pecado alheio de cada dia” poderá deixar a muitos fora do céu, pois coloca o “eu” em detrimento ao lugar de Cristo Jesus, coloca a justiça própria em lugar do sangue de Cristo.
Termino essas considerações as quais também as aplico a mim, com o seguinte texto bíblico:

“E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e expiado o teu pecado.” Isaías 6:7

Se você é um “zeloso” servo de Deus, mas ainda olha com soberba para seu irmão, fazendo uso de maledicências contra ele, se aperceba desse tão hediondo pecado, ore a Deus para que Ele purifique seus lábios com a brava viva do Seu trono, e não tire a chance do seu irmão voltar aos braços de Jesus, nem tire sua chance de estar no céu.
Que Jesus nosso salvador, purifique a todos nós com seu sangue de amor.




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