quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Político não significa política


Política, ciência do governo das nações, arte de regular as relações de um Estado com os outros Estados, assunto comentado e discutido mas, ainda assim, muito controverso e mal entendido.
Segundo o dicionário Priberam de Língua Portuguesa um dos significados para político são:
  • Cortês: pessoa bem educada, fina.
  • Maquiavélico: pessoa em que predomina a astúcia, a má-fé e o oportunismo. Pérfido, ardiloso, velhaco.
Apesar de ilustrar, o quanto esse tema é polêmico, através dessas definições controversas para político, a política em si deve ser analisada de outra forma.
Temos a tendência de concluir que a política é algo ruim, atribuindo a ela uma conotação até mesmo pejorativa, por englobarmos política e político em uma só definição. A política é a ciência; político é o indivíduo que se faz valer dessa ciência, para o bem ou para o mal.
A política está, e sempre esteve presente na vida de todo ser humano, querendo ele ou não, se apercebendo disso ou não. Podemos encontrar o uso da política desde o início de nossa existência, basta ler o relato sagrado onde consta o diálogo entre a serpente e a mulher. (Gên. 3:1-5)
Até mesmo Jesus valeu-se dessa ciência enquanto aqui viveu ao dizer a celebre frase: “ Dai a Cesar o que é de Cesar, dai a Deus o que é de Deus”(Mateus 22:21). Em realidade a bíblia está repleta de referências que dizem respeito a esse tema, e por que não dizer aprovando o bom uso da mesma, como podemos constatar em Romanos 13:1, Tito 3:1 1 Pedro 2:14.
Portanto, podemos nos envolver em política ou sermos envolvidos por ela, o fato é que essa ciência está intimamente relacionada a nossa natureza, o uso que fazemos dela como candidato ou eleitor é que determina se ela será boa ou ruim.
Faltam pouco mais de três dias para elegermos os cargos mais importantes de nossa nação, que possamos receber a orientação divina para votarmos com sabedoria e que Deus abençoe os futuros líderes de nosso país.

Por Wesley Jr.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

HUMOR - Nomes estranhos e engraçados de pessoas


Abaixo, estão relacionados alguns nomes estranhos de pessoas, registrados em cartórios de todo o Brasil. O objetivo não é de ridicularizar ninguém, mas sim de trazer uma pequena amostra da criatividade do povo brasileiro. Os nomes foram coletados a partir de listas públicas, como uma relação de segurados com nomes estranhos divulgada pelo extinto INPS na década de 80, e pesquisas em cartórios realizadas por autores de livros especializados. Vejamos os Nomes !

Abrilina Décima Nona Caçapavana Piratininga de Almeida

Acheropita Papazone

Adegesto Pataca

Adoração Arabites

Aeronauta Barata

Agrícola Beterraba Areia

Agrícola da Terra Fonseca

Alce Barbuda

Aldegunda Carames More

Aleluia Sarango

Alfredo Prazeirozo Texugueiro

Alma de Vera

Amado Amoroso

Amazonas Rio do Brasil Pimpão

América do Sul Brasil de Santana

Amin Amou Amado

Amor de Deus Rosales Brasil (feminino)

Antônio Americano do Brasil Mineiro

Antonio Dodói

Antonio Manso Pacífico de Oliveira Sossegado

Antonio Melhorança

Antônio Morrendo das Dores

Antonio Noites e Dias

Antonio Pechincha

Antônio Querido Fracasso

Antonio Treze de Junho de Mil Novecentos e Dezessete

Apurinã da Floresta Brasileira

Araci do Precioso Sangue

Argentino Argenta

Aricléia Café Chá

Arquiteclínio Petrocoquínio de Andrade

Asteróide Silverio

Bananéia Oliveira de Deus

Bandeirante do Brasil Paulistano

Barrigudinha Seleida

Benedito Autor da Purificação

Benedito Camurça Aveludado

Benedito Frôscolo Jovino de Almeida Aimbaré Militão de Souza

Baruel de Itaparica Boré Fomi de Tucunduvá

Benigna Jarra

Benvindo Viola

Bizarro Assada

Boaventura Torrada

Bom Filho Persegonha

Brandamente Brasil

Brasil Washington C. A. Júnior

Belderagas Piruégas de Alfim Cerqueira Borges Cabral

Cafiaspirina Cruz

Capote Valente e Marimbondo da Trindade

Caius Marcius Africanus

Carabino Tiro Certo

Cantinho da Vila Alencar da Corte Real Sampaio

Caso Raro Yamada

Céu Azul do Sol Poente

Chananeco Vargas da Silva

Chevrolet da Silva Ford

Cincero do Nascimento

Cinconegue Washington Matos

Clarisbadeu Braz da Silva

Colapso Cardíaco da Silva

Comigo é Nove na Garrucha Trouxada

Confessoura Dornelles

Crisoprasso Compasso

Darcília Abraços

Deus Magda Silva

Deus É Infinitamente Misericordioso

Deusarina Venus de Milo

Dezêncio Feverêncio de Oitenta e Cinco

Dignatario da Ordem Imperial do Cruzeiro

Disney Chaplin Milhomem de Souza

Dolores Fuertes de Barriga

Drágica Broko

Ernesto Segundo da Família Lima

Esdras Esdron Eustaquio Obirapitanga

Esparadrapo Clemente de Sá

Espere em Deus Mateus

Estácio Ponta Fina Amolador

Éter Sulfúrico Amazonino Rios

Excelsa Teresinha do Menino Jesus da Costa e Silva

Faraó do Egito Sousa

Fedir Lenho

Felicidade do Lar Brasileiro

Finólila Piaubilina

Flávio Cavalcante Rei da Televisão

Francisco Notório Milhão

Francisco Zebedeu Sanguessuga

Francisoreia Doroteia Dorida

Fridundino Eulâmpio

Gigle Catabriga

Graciosa Rodela D'alho

Hidráulico Oliveira

Himineu Casamenticio das Dores Conjugais

Holofontina Fufucas

Homem Bom da Cunha Souto Maior

Horinando Pedroso Ramos

Hugo Madeira de Lei Aroeiro

Hypotenusa Pereira

Ilegível Inilegível

Inocêncio Coitadinho

Isabel Defensora de Jesus

Izabel Rainha de Portugal

Janeiro Fevereiro de Março Abril

João Cara de José

João Cólica

João da Mesma Data

João de Deus Fundador do Colto

João Meias de Golveias

João Pensa Bem

João Sem Sobrenome

José Amâncio e Seus Trinta e Nove

José Casou de Calças Curtas

José Catarrinho

José Machuca

José Maria Guardanapo

José Padre Nosso

José Xixi

Jovelina Ó Rosa Cheirosa

Jotacá Dois Mil e Um Juana Mula

Júlio Santos Pé-Curto

Justiça Maria de Jesus

Lança Perfume Rodometálico de Andrade

Leão Rolando Pedreira

Leda Prazeres Amante

Letsgo Daqui (let's go)

Liberdade Igualdade

Fraternidade Nova York Rocha

Libertino Africano Nobre

Lindulfo Celidonio Calafange de Tefé

Lynildes Carapunfada Dores Fígado

Magnésia Bisurada do Patrocínio

Manganês Manganésfero Nacional

Manoel de Hora Pontual

Manoel Sovaco de Gambar

Manuel Sola de Sá Pato

Capitulina de Jesus Amor Divino

Marciano Verdinho das Antenas Longas

Maria Constança Dores Pança

Magro Maria da Cruz Rachadinho

Maria da Segunda Distração

Maria de Seu Pereira

Maria Humilde

Maria Máquina

Maria Panela

Maria Passa Cantando

Maria Privada de Jesus

Maria Tributina Prostituta Cataerva

Maria-você-me-mata

Mário de Seu Pereira

Mimaré Índio Brazileiro de Campos

Ministéio Salgado

Naida Navinda Navolta Pereira

Napoleão Estado do Pernambuco

Napoleão Sem Medo e Sem Mácula

Natal Carnaval

Necrotério Pereira da Silva

Novelo Fedelo

Oceano Atlântico Linhares

Olinda Barba de Jesus

Otávio Bundasseca

Pacífico Armando Guerra

Padre Filho do Espírito Santo Amém

Pália Pélia Pólia Púlia dos Guimarães Peixoto

Paranahyba Pirapitinga Santana

Penha Pedrinha Bonitinha da Silva

Percilina Pretextata

Predileta Protestante

Peta Perpétua de Ceceta

Placenta Maricórnia da Letra Pi

Plácido e Seus Companheiros

Pombinha Guerreira Martins

Primeira Delícia Figueiredo Azevedo

Primavera Verão Outono Inverno

Produto do Amor Conjugal de Marichá e Maribel

Protestado Felix Correa

Radigunda Cercená Vicensi

Remédio Amargo

Ressurgente Monte Santos

Restos Mortais de Catarina

Rita Marciana Arrotéia

Rocambole Simionato

Rolando Escadabaixo

Rômulo Reme Remido Rodó

Safira Azul Esverdeada

Sebastião Salgado Doce

Segundo Avelino Peito

Sete Chagas de Jesus e Salve Pátria

Simplício Simplório da Simplicidade Simples

Soraiadite das Duas a Primeira

Telesforo Veras

Tropicão de Almeida

Última Delícia do Casal Carvalho

Último Vaqueiro

Um Dois Três de Oliveira Quatro

Um Mesmo de Almeida

Veneza Americana do Recife

Vicente Mais ou Menos de Souza

Vitória Carne e Osso

Vitimado José de Araújo

Vitor Hugo Tocagaita

Vivelinda Cabrita

Voltaire Rebelado de França

Wanslívia Heitor de Paula




Os irmãos Epílogo, Verso, Estrofe, Poesia e Pessoína Campos.
As irmãs Xerox, Autenticada e Fotocópia
Os irmãos Cedilha, Vírgula, Cifra e Ponto
As irmãs Defuntina e Finadina.
As irmãs Dialinda e Noitelinda.
Os irmãos Rebostiana e Euscolástico.
Os irmãos Creio Em Deus Pai Kramer e Espírito Santo Riograndense Kramer.os irmãos: Zigfrid, Zigfrida, Zingrid, Ingrid;
os irmãos: Orlaneide Araújo Silva e Orlanílson Araújo Silva,
os irmãos: Phebo Lux Rochester (em homenagem aos sabonetes e ao laboratório) e Godson ("filho de Deus", em inglês)

O caso do pai Fredolino e do filho Merdolino.

O flamenguista fanático que batizou seus filhos com nomes do tipo: Flamena e Zicomengo.

Sem falar numa família inteira, no Sul do Brasil, cujo sobrenome é Cachorroski.

E tem o caso dos dois irmãos chamados Zalboeno e Zauxijoane. "Zalboeno" foi montado através de combinações com o nome do Balboeno, ex-jogador de futebol da Argentina. E "Zauxijoane" é: Za (de Zalboeno), Auxi (Auxiliadora, a mãe), Joa (João, o pai) e Ne (Nordeste, a região onde nasceu).


Combinações estranhas são comuns. Exemplos: Kêmula Katrine, Liney Lindsay, Reimar Rainier...

E também combinações entre nomes de irmãos: Zigfrid, Zigfrida, Zingrid.




E há os clássicos erros de cartório ou mesmo dos pais, que não sabe como se escreve o nome...

Por exemplo, uma pessoa chamada Merco (era para ser Américo...).

E tem uma mulher chamada Jafa Lei. O diálogo no cartório:

- "Qual o nome?"

- "Já falei..."

E tem o caso de uma empregada doméstica, daquelas bem simples, deu à filha o nome de Madeinusa. Quando uma pessoa da casa foi perguntá-la o motivo do nome, ela respondeu inocentemente: É que eu estava pegando suas roupas para lavar e li na etiqueta de sua camiseta a palavra "Made in USA", eu achei tão lindo...


No Rio Grande do Norte, há uma família cujos nomes dos filhos são os números em francês, na ordem de nascimento:
Un Rosado, Deux Rosado, Trois Rosado, Quatre Rosado, Cinq Rosado etc.
Nossa fonte não sabe ao certo quantos são, mas tem conhecimento de um Vingt Un Rosado (21)...


Fonte: http://algunsnomesestranhos.blogspot.com/

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Adventismo e Política

Num ano eleitoral como o que estamos vivendo, dúvidas sobre a relação entre religião e política sempre vêm à tona: candidatura de adventistas, uso do púlpito para fins políticos, afiliação a partidos políticos e a responsabilidade civil do cristão se tornam temas recorrentes. Por isso, a Revista Adventista entrevistou o pastor Márcio Costa, professor de Teologia da Faculdade Adventista da Amazônia (Faama), que acabou de retornar ao Brasil depois de morar 13 anos nos Estados Unidos.



Na América do Norte, ele teve a oportunidade de estudar Engenharia Aeronáutica, Ciência da Computação e Administração, formação que utilizou no trabalho de logística e pilotagem de aviões missionários. Depois de receber o convite para atuar na área acadêmica, cursou a graduação, mestrado e doutorado em Teologia na Andrews University, instituição em que defendeu sua tese sobre a relação da Igreja com o Estado nos escritos de Ellen G. White.
Nesta entrevista, ele explica como o conceito do grande conflito entre o bem e o mal norteou a visão da profetisa adventista sobre a relação entre política e religião, e opina sobre o posicionamento ideal dos adventistas quanto às questões civis. Márcio tem 46 anos, é casado com a enfermeira Jane Vianel e tem duas filhas: Stephanie, de 10 anos, e Giovanna, de 8 anos. Além de lecionar no seminário, atua como pastor da Igreja da Faama.



Revista Adventista: Nos primórdios do adventismo, como era vista a relação entre Igreja e Estado?




Márcio Costa: A separação entre Igreja e Estado, por causa de suas implicações para a liberdade religiosa, sempre foi uma preocupação adventista. Esse cuidado foi herdado da Conexão Cristã e do movimento milerita, por líderes como Tiago White, José Bates e Urias Smith. Porém, depois do desapontamento de 1844, as descobertas proféticas que apontaram os Estados Unidos como a segunda besta de Apocalipse 13, aumentaram essa indisposição para com o Estado. No então movimento sabatista, essa visão serviu de obstáculo contra a organização da Igreja Adventista. Alguns achavam que institucionalizar o movimento seria transformá-lo em Babilônia, ou seja, introduzir os preceitos do Estado na organização eclesiástica. Somente quando essa visão passou a atrapalhar o progresso da Igreja, os adventistas perceberam que a organização era fundamental para o cumprimento da missão, o que implicaria seguir dispositivos legais e dialogar com o Estado.



O movimento adventista vê com pessimismo a condição do mundo no futuro, pois acredita que, em última instância, apenas o estabelecimento do reino de Deus vai mudar o estado de coisas. Essa visão poderia gerar passividade social dos membros?



Márcio Costa:Esse é um perigo. Essa passividade social foi pregada pelos pioneiros durante a década de 1850 em relação ao debate sobre a libertação dos escravos. Para Uriah Smith, um dos líderes da época, o peregrino não deveria parar sua marcha em terreno estranho. Em resumo: se nosso lar não é aqui, não deveríamos nos preocupar com as coisas do mundo. Todavia, em 1860, com a candidatura de Abraão Lincoln à presidência americana com uma postura bem clara em favor da abolição da escravatura, os adventistas acabaram fazendo proselitismo a favor do voto, pois entendiam que a escravidão não consistia em mero direito do Estado, mas de uma questão moral. Na oportunidade, Tiago White argumentou que, por não haver apoio nem proibição bíblica quanto ao voto, a participação dos adventistas deveria se dar ou não de acordo com a consciência individual.



Como Ellen G. White se posicionou em relação ao trabalho social?


Márcio Costa:Em seus escritos, ela passou a defender a necessidade de o adventista se expor para a sociedade. Caso contrário, a postura indiferente poderia gerar a alienação dos interesses da Igreja em relação aos interesses do Estado, o que não é correto, pois temos preocupações similares às do Estado, como o bem-estar da sociedade. Na visão de Ellen G. White, o serviço social traz benefícios diretos e indiretos à comunidade que, por sua vez, também contribui para a pregação do evangelho. Portanto, o adventista tem a obrigação de minimizar as injustiças sociais assim como o guardião de um cego, cuja função não é apenas desviar o cego dos obstáculos, mas removê-los (Patriarcas e Profetas, p. 534).



Adventistas podem se candidatar a cargos públicos?



Márcio Costa:Ellen G. White é totalmente favorável e encoraja os jovens adventistas a ter grandes sonhos, de até promulgar leis e ocupar cargos e posições de grande influência. No entanto, ela adverte que, tal qual José no Egito, a religião deve ser o esteio de todas as decisões. Não pode haver incoerência entre o exercício da função e a prática da fé. Para ela, é a fidelidade às crenças bíblicas que pode levar um político adventista à notoriedade, e não a barganha dos seus princípios (Fundamentos da Educação Cristã, p. 83, 84).



Pode-se votar em candidatos não adventistas?



Márcio Costa:Se entre dois candidatos, o primeiro é favorável ao casamento homossexual, venda indiscriminada de bebida alcoólica e se mostra favorável ao aborto. E se, ao contrário, o segundo candidato se mostra conservador em relação as essas questões morais, devemos ficar com o último. Se assuntos morais são o divisor de águas da eleição, devemos nos posicionar. Se esses temas forem levados a plebiscitos, Ellen G. White aconselha que votemos até em dia de sábado, se necessário. O voto, portanto, é um dispositivo que a democracia nos dá de representar a vontade de Deus. Logo, não deveríamos eleger candidatos moralmente intemperantes, desequilibrados, de posicionamentos contrários à Bíblia.



O que dizer de proselitismo político na igreja?



Márcio Costa:Ellen G. White é contra. A razão apresentada é simples: quando determinado político é apresentado como boa opção diante dos membros, alguém automaticamente discorda verbal ou silenciosamente, e isso gera divisão entre os irmãos. O voto é um direito do cidadão e a igreja não se opõe a que o membro o exerça, desde que reserve essa decisão à vida privada e não faça proselitismo político na igreja. Por isso, não é recomendável que candidatos, ainda que adventistas, preguem durante a campanha, pois é inevitável a associação da pessoa com seus interesses políticos, ainda que a política não seja o tema da mensagem (Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 332, 337).



Pode a Igreja filiar-se a partidos políticos?



Márcio Costa:Creio que não, pois precisamos ter independência ideológica. Nossa prioridade não é uma agenda externa, pois já temos nossa missão. Nosso envolvimento na questão da proibição da venda de álcool na década de 1860, nos Estados Unidos, é um exemplo dessa postura. Enquanto alguns grupos defendiam uma visão politizada, pressionando os políticos, os adventistas, incluindo Ellen G. White e outros líderes da igreja, subiram aos púlpitos para defender o aspecto bíblico da questão, que vê na reforma de saúde um processo de restauração da imagem de Deus. Essa pregação distintiva levou a conversão de, por exemplo, Sarepta M. I. Henry, uma das maiores ativistas pró-temperança da época. No entanto, quando a discussão migrou para a obrigatoriedade da guarda do domingo, os adventistas se alinharam aos vendedores de bebidas alcoólicas que também desaprovavam, por interesses comerciais, a lei dominical. Não temos filiações partidárias, mas fidelidade à nossa mensagem. A Igreja sempre foi favorável aos republicanos, porque historicamente promoveram os valores da República (sistema de governo visto pela Igreja como o ideal). Mas nesse caso, a igreja se posicionou em favor dos democratas, que estavam do lado da liberdade religiosa.



Qual é o papel do Estado e da Igreja?



Márcio Costa:Para Ellen G. White, as duas instituições foram estabelecidas por Deus, em esferas distintas. Ao Estado compete a manutenção da ordem social por meio do cumprimento das leis, o que envolve punição ou recompensa e, à Igreja cabe a transformação por meio do evangelho. Muitos autores sugerem que o modelo republicano é totalmente laico, de pressupostos puramente filosóficos e seculares. No entanto, ela afirma que, na elaboração da Constituição americana, o nome de Deus não foi mencionado porque estava autoevidente e porque era a base da Carta Magna (O Grande Conflito, p. 295). Por isso, em certo sentido, a autoridade exercida pelos líderes civis também é um sacerdócio. Também por essa razão, Ellen G. White vê a relação entre Igreja e Estado de modo espiritual, a partir do contexto do grande conflito entre o bem e o mal. Para ela, nos últimos dias, as duas instituições estarão sob os ataques do inimigo de Deus, e Satanás vai usar esses dois poderes de modo especial (Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos , p. 202, 203).



E quando a Igreja se depara com governos tiranos?



Márcio Costa:É lícito manifestar desaprovação mediante dispositivos legais e pacíficos, como o voto, etc. Podemos obedecer às leis, desde que elas não conflitem com nossos princípios. No entanto, não podemos passar a imagem de rebeldia, como no caso das greves. Outro exemplo histórico aconteceu em meados da década de 1850. A lei vigente dizia que todo cidadão que reconhece um escravo (e a identificação era fácil, por causa da cor), deveria entregá-lo à polícia, para que o foragido fosse devolvido ao seu dono. Quanto a essa lei, Ellen G. White defendeu a desobediência civil, incentivando os adventistas a arcar com as punições do Estado. Em resumo, a manifestação sempre deve ser feita de forma pacífica. O princípio equilibrado é: obediência ao cumprimento das leis seculares e fidelidade a Deus. Quando a força do mal extrapola seus limites, Deus intervém.



Como a relação entre religião e política ainda terá implicações proféticas?


Segundo Ellen G. White, o maior problema em relação à besta de Apocalipse 13 é que ela não agirá conforme seus dois chifres: republicanismo e protestantismo. Ela possui os dois cornos que representam a relação de paz entre Igreja e Estado, mas suas ações são de perseguição e intolerância, ou seja, parece cordeiro mas age como dragão (Ap 13:11). Portanto, na visão dela, o Estado não é necessariamente mau, tanto que a iniciativa de impor leis que violarão a liberdade de consciência partirá dos movimentos religiosos e não do governo (O Grande Conflito, p. 592).



Esta entrevista, na íntegra, foi publicada na Revista Adventista do mês de junho. [Equipe ASN – Wendel Lima] – Retirado de Novo Tempo.



Fonte: http://prvicentepessoa.blogspot.com/2010/09/adventismo-e-politica.html